sábado, 25 de agosto de 2007

Sida de goma

Traido pelo cadarço do sapato de trapo.

Vende-se. Tudo esta a venda. O mijo vai ricocheteando na cara enquanto me seguro nas placas e olho a calçada.

Muita imagem pra não dizer muita coisa.

A luz que não seduz.

Na boca divido o chicletes em dois. Corte perfeito, na falha e no depois. Metade no céu, metade pro lixo. A boca vai de quadrado.

A janela sorri aberta, dois pontos a mais pro asfalto.

Um fio interliga a derrota e a vitória de uma década. A linha da goma.

Sobre os pés descalços que tropeçam.

Surpreendentemente gigantes para reconhecerem o pequeno.

Pelo paradoxo do ego, na missa do sétimo.

Quem perde dente chora pra quem troca o filho pelo vomito que cobre a criação.

A musica regride na contagem regressiva.

A humanidade tambem, que necessita ser criança para não matar.

Para mentir com gosto de verdade fantasiando o que não se conhece.

Turista e fantasma na cidade que cresce.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Viatura de polícia com o pneu furado

Eu gostaria de me tornar um policial, mas não consigo correr um quarteirão inteiro sem passar mal de cansado. Iria usar bastante a minha arma.
Em um dia de chuva, eu vi uma perseguição policial com tiros desnecessários. Nesse dia cairam trovões e raios e muita água. Os postes estavam quase entrando em curto circuito e a minha paciência para com a vida também. Ela me prometia um dia frio, mas eu moro na terra em que o sol é a maldição. Eu não acredito no além-vida.
Eu acredito que toda a arte que não seja selvagem seja pretensiosa e necessita urgentemente levar umas balas de um policial gordo e fora de forma. Uma pessoa que não tenha cacife para ser policial porque não tem o físico, mas que saiba atirar aonde vai doer e sangrar e sangrar.
O mundo precisa de pessoas que saibam atirar e não que usam coletes a prova de balas.
Eu poderia estar fazendo alguma coisa da minha vida, mas resolvi esperar a chuva cair novamente mesmo sabendo que sempre vou sentir calor. Eu espero ser uma bala perdida. Fim.

Inauguração com espumante

Hoje, eu estreio essa pequena propriedade no mundo virtual fedorento e nojento que muito provavelmente vou criar abuso antes do feriado da independência do Brasil.

Prometo não satisfazer nenhuma expectativa e muito menos tentar agradar uma parcela de público, pois acredito que existam pessoas demais fazendo isso nesse mundo.

Agradeço a todos os bastardos que leram isso. Boa sorte na salvação da outra vida.