Transbordam da caverna ocular
Lembranças controversas
Que incrivelmente fazem falta
A boca tremendo ao não falar
Afogada nas lágrimas de antigas conversas
Mentira que veste saudade
Armada na vaidade
Inchada na culpa em baixo dos olhos
De sangue seco, quase parado
O que se poderia ter feito já não é detalhe
Todo um poço de saliva para dizer o mais fácil
Que resta sedento no simples silencio desidratado
Fantasia de irreal infância
Refletida na cor neutra do arrependimento calado
Cinza na barba, escura no terno
Cada número com uma inocente sugestão
Pensa-se na casa, a velha e a nova
A doce do sonho
A amarga na decimal violada
6
1
Fica a herança para o próximo herdeiro
Legítimo, estranho, vale o que chegar primeiro
Que voe longe
E desapareça com a carta de perdão
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