sexta-feira, 23 de novembro de 2007

RUMINANTIA BORGHESIS




Recordações daquelas viagens de trem

Destino não vem preciso

Sei que a cidade terminava em U forte

Todos vomitados sobre os vagões

Todos os dias eram sabados naquela época

Que ilusão

A simples lembrança causa angustia

Ansiedade com o que sobrou do passado

Talvez pelas doenças que vem chegando com a idade

Que dificultam a simples digestão de um frango desfiado

Principalmente quando o homem passa a ser um ruminante

Com um estomago poligastrico cheio de azia

Ruminando o orgulho, a inveja

Ruminantia Borghesis

Isso é loucura

Sentir falta das viagens

Morando num prédio inteligente assistido por máquinas inteligentes

Quando os dias são domingos ou segundas ou quartas

E os cozidões substituídos por sopinha

Dos pensamentos de revolução pós-primeira dose

Sinceros na paisagem das janelas

Que nem era tão bela assim

Esvaziados pelo ainda monogástrico estômago ainda saudável


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