quarta-feira, 28 de novembro de 2007

JURO BAIANO




Vocês que são todos das estatísticas. Sem muito tempo para os erros. Esse ente idealizado que é a multidão, ressente-se quando não há as cores da atração. Fica muito mal sem os bom dias, boa noites, boa tardes que vêm sem a arcada da frente escancarada. Preferem sua simpatia, foi objeto de estudo e seus hamsters, de mais ou menos 1, 70 metro, corresponderam muito bem. O poder de convencimento: Imagine, senhor, o rosto de felicidade do seu filhinho quando vir esse papel reluzentemente vermelho, cubicamente refletindo o mais novo ardil dos desbocados. Quem vem aqui quer se convencer. De mês em mês, vai. E com mais dez vezes de juro baiano... Esse sabe embutir. Perde um centavo pra ganhar, pra ganhar... o remorso

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Hoje foi aniversário da vó. Estava presente a raça toda. Inclusive o macumbeiro. Quando ele chegou com a mulher, a macumbeira mais forte, chega a televisão ficou chiando. Energia negativa da ruim. Quase que não o reconheço. Bem gordo, tipo lesadão. Nem consegue mais falar direito. Minha mãe disse que fizeram um ritual de magia negra em cima dele. Abriram a sua cabeça. Não duvido por nada. Bem mudado o negro está. Magia é conta alta. Familia de Acrópole. Endereço na baixa. Na raiz da árvore. Tem o macumbeiro demente, um fudido que tentou matar a mulher, um preto que é também surdo, um coroa magrelo gigolô, uma tia com hemorróidas...e minha mãe. A mesa bem farta, apimentada. A festa é a primeira a entrar no juro. Sempre em dobro. Sempre foi assim. Um dia pra sujar. Um dia pra lavar.

Gabriel Letal / Raffaello

2 comentários:

Paula disse...

sou tão limitada para esses tipos de texto..tinha que ser do LEts.
=)

lupulus disse...

quer saber fratello. veja filme feios, sujos e malvados (butrii, sporchi e cattivi). depois me reporte.

aproveito parabeniza-lo pelo blog.