segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

ALPHANDEGA


Muda-se a cidade

Mudo o dialeto

Mas a palavra chave é sempre a mesma

Pra não passar vergonha arriscou a ofensa muda

Deixou a cama, o quarto, a mesa, o vicio

Levou no olho sujo o temor ao tiranismo

Em cada veia aberta combustivel pra queimar

Melhor não arriscar, garantir pra não faltar

Sem criatividade riscou o fim com sua beleza

Pra quem não fala serve o dedo sujo de caneta

No papel da cor da pátria eterna

Iris cheia de medo molhada no café bem preto

Nega-se a mãe

Negam-se os pais

O passaporte pesa como cruz na ferida sem suporte

Passa a folha, olha firme

Na garrafa tem um filme

Saiu na hora certa pra chegar no seu atraso

Assim não rende o que devia

Vai dever o que não rendia

Pela dor do ano zero, no marco sem fronteira

Uma caixa de ciúme lacrada pra quem não mora

Cárcere e lua cinza de rancor de prata e dor

Pra quem mora e até se muda

Na guerra ou na saudade

No grito ou na verdade

Agora o que é que resta

Escolher no fundo escuro do palácio do banheiro

O melhor do pior que menos presta

Tem-se o voto mais secreto , boca solta e lingua presa

Voltou pra casa errada, escapou do estrangeiro

Fundo raso

Dormiu atrás da porta com a luz sobre o dinheiro

Bem mais que pernas grossas, passos longos e desespero

Quando acordar na muda manhã de muito cedo

Com os gritos bem ouvidos dos mendigos e o retorno bem discreto

Ao Cesaropapismo

2 comentários:

gabriel disse...

qual é a liçao de moral dessa história?

gabriel disse...

qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos