Muda-se a cidade
Mudo o dialeto
Mas a palavra chave é sempre a mesma
Pra não passar vergonha arriscou a ofensa muda
Deixou a cama, o quarto, a mesa, o vicio
Levou no olho sujo o temor ao tiranismo
Em cada veia aberta combustivel pra queimar
Melhor não arriscar, garantir pra não faltar
Sem criatividade riscou o fim com sua beleza
Pra quem não fala serve o dedo sujo de caneta
No papel da cor da pátria eterna
Iris cheia de medo molhada no café bem preto
Nega-se a mãe
Negam-se os pais
O passaporte pesa como cruz na ferida sem suporte
Passa a folha, olha firme
Na garrafa tem um filme
Saiu na hora certa pra chegar no seu atraso
Assim não rende o que devia
Vai dever o que não rendia
Pela dor do ano zero, no marco sem fronteira
Uma caixa de ciúme lacrada pra quem não mora
Cárcere e lua cinza de rancor de prata e dor
Pra quem mora e até se muda
Na guerra ou na saudade
No grito ou na verdade
Agora o que é que resta
Escolher no fundo escuro do palácio do banheiro
O melhor do pior que menos presta
Tem-se o voto mais secreto , boca solta e lingua presa
Voltou pra casa errada, escapou do estrangeiro
Fundo raso
Dormiu atrás da porta com a luz sobre o dinheiro
Bem mais que pernas grossas, passos longos e desespero
Quando acordar na muda manhã de muito cedo
Com os gritos bem ouvidos dos mendigos e o retorno bem discreto
Ao Cesaropapismo
2 comentários:
qual é a liçao de moral dessa história?
qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos
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